Pensamos na existência como um sem-fim de criação de si, de sentidos e de caminhos, pois, não nascemos prontos para o mundo, não nascemos definidos. Nos construímos todos os dias e é a partir dessa visão que a terapia existencial se norteia, trabalhando junto do paciente sua construção e reconstrução de si, considerando sua história e suas ações. Somos existência em relação a temporalidade, que é nossa construção mais definidora do que é ser humano. Vivemos (n)o tempo!

 

O passado, que é onde nossa história se fez, é onde temos certezas e referências, é nossa biografia e nosso conjunto de ensinamentos e aprendizados, é aquilo que vivi e que me fez ser o que sou hoje, mas que não pode me cristalizar, não vivo o passado, embora ele seja parte de mim.

Presente é onde vivo, pois, é onde ajo, onde atuo como ser, é onde desemboca não só o passado, mas como o futuro também, o presente é onde faço a mudança, onde tenho de me perceber como ser.

Já o futuro é responsável por onde quero chegar, à partir do presente, carregando aquele eu-passado, que é minha referência, é o resultado de tudo que eu quero para mim.

 

É considerando o tempo que vivemos, que a psicoterapia existencial trabalha, caminhando junto do paciente através da sua própria biografia, da sua história, a fim de fazer as mudanças necessárias para não só chegar em um futuro pensado, mas também, pensar este futuro.