Assim como nos fazemos durante toda nossa vida, aprendemos a ser de várias formas, algumas delas acabam por nos prejudicarem por toda uma vida, pois, passamos a funcionar de maneiras que não são benéficas para nós mesmos.

É por entender a existência desta forma que me debruço sobre temas que são profundamente atravessados pelos modos como aprendemos a ser, como a depressão e ansiedade, que são formas distintas de ser e que contém seus conjuntos de sentidos particulares tão profundos que se tornam transtornos graves e limitantes. A pessoa acometida por esses transtornos vive uma vida de angústias e sofre de variados sintomas que atrapalham as suas formas de se relacionar, sua disposição, suas habilidades motoras, sua saúde física e mental fica atravessada por esses sintomas que devem ser trabalhados como modos de ser.

As questões de gênero e sexualidade também estão muito ligadas com a forma como somos construídos, uma vez que os sofrimentos destas pessoas são em relação ao outro, aos preconceitos, às limitações de ser que são exigidas pela sociedade, os conjuntos de sentidos criados de como ser tal coisa e de como não se é tal coisa (ex: homem é de uma forma, mulher é outra forma. Quando na verdade, somos quem somos, somos quem escolhemos ser e isso nada tem a ver com gênero).

O trabalho, por fim, é a questão que acomete todos nós que somos adultos, toda uma organização social e econômica. É nosso sustento, nossa forma de sobreviver e de possibilitar inúmeras coisas na vida, mas, também, é como nos sentimos adultos, como nos sentimos autônomos e inseridos na sociedade. Portanto, é também gerador e mantenedor de inúmeras angústias e transtornos mentais, como síndrome de burnout, estresse, depressão e ansiedade, tornando o estudo do trabalho vital para entender a vida humana.